VAI PRA FRENTE UM BRASIL DESSE;CÂMERAS FLAGRAM FUNCIONÁRIOS DESVIANDO DINHEIRO NO BANCO CENTRAL
A quantidade total é desconhecida, mas policiais federais acreditam que em uma semana ela tenha embolsado mais de R$ 20 mil. A PF abriu inquérito. Imagens mostram a mulher, em pleno local de trabalho, apanhando notas de R$ 50 e R$ 100 que deveriam ser destruídas. O caso começou a ser investigado em outubro do ano passado, pela segurança do banco e por policiais da Delegacia Fazendária da PF do Rio. Lígia, que exercia o cargo de analista, foi indiciada e agora poderá ser condenada a 12 anos de prisão. CASA DE ACUSADA É REVISTADA Nesta quinta-feira, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Lígia, em Niterói. Recolheram documentos e um computador. A PF suspeita que outras pessoas do Banco Central possam ter participado da ação. Nas imagens, às quais O GLOBO teve acesso, a mulher aparece conferindo pilhas de dinheiro. Em determinado momento, ela conta algumas notas até reunir um punhado delas. Em seguida, o dinheiro é posto no bolso. Em outras imagens, as cédulas são colocadas na bolsa. As investigações sobre o caso começaram depois que uma conferência identificou uma discrepância entre o número de notas enviadas para ser destruídas e o daquelas efetivamente incineradas. No início, foi constatado o desaparecimento de seis notas. A partir daí, o BC encontrou indícios de que o número era muito maior. Funcionários da gerência de segurança passaram a acompanhar o trabalho de Lígia. A PF foi acionada e também começou a investigar o caso. Segundo policiais federais, até agora foi identificada a participação de outro funcionário no desvio derecursos: Anderson Pereira da Silva, auxiliar de tesouraria do Banco Central. Ele também foi indiciado e demitido. Mas os agentes federais ainda não sabem se Lígia e Anderson atuavam isoladamente no desvio. — É um caso extremamente grave. Os funcionários manipulavam muito dinheiro. Em alguns momentos, é possível ver apenas um funcionário diante de milhares de reais. Estamos investigando com muito cuidado para saber a extensão do caso e se há mais gente envolvida — afirmou um policial federal, pedindo para não ser identificado. Lígia mora numa casa de alto padrão em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói. Os policiais federais querem saber se, durante o período em que trabalhou diretamente na conferência de reais, ela teve súbito enriquecimento. — O mandado de busca e apreensão que cumprimos hoje (ontem) foi para verificar outras linhas de investigação — disse um outro agente federal. Além de Lígia, Anderson também foi filmado em plena ação por câmeras de segurança instaladas no Banco Central. O GLOBO tentou, sem sucesso, contato com Lígia e Anderson para que eles falassem sobre as acusações.
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